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terça-feira, 28 de junho de 2011

Só pra (des)contrair


Ei garota, sem tirar onda
Vem com esse veneno de menina bomba
Suba galanteada em minha limosine
Que te faço sorrir sobre o vidro da vitrine

Não sou Felipe Dylon, mas tenho meu balacobaco
Se tu não me deres a chance, te encrencarás no buraco
Buraco fundo de um peito mendigo
Do qual espero um afeto e digo:

- Pra madame das belas pernas um soneto
Pra menina feia um cara de ‘sou do gueto’
Pra minha musa uma pedra de rubi
E pra aquela guriazinha uma perna de saci

Eis que tu cais no meu barbosear
Pois te trouxe para o bar
Agora não será difícil de levar pra cama
Menina boa e americana.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sobre barbosear

Não me calo, pois embalo num momento de instante
Um ritmo frenético de um grupo alarmante
Sentido que faz a força e a força que encontra o remédio
Cujo fim se dá a um meio de intermédio

Vejo as patadas soltas no sol a brilhar
O brilho que me encontra cegamente no olhar
Logo a noite cai em momentos de piscadas
Onde uma delas dá a entender que foi uma de suas barboseadas

Barboseia daqui, barboseia dali
Onde estão suas manias, meu guri?
Queiras então dizer-me qual a sensação
De estar na praia comigo, deitado no chão

Vamos contar as estrelas pelo reflexo do seu olhar
Barboseando ironicamente sobre o amor e o mal amar
Barboseie meu caro, que hoje teu dia acabou
Pois a noite é parte do dia que nem começou

Amanhece e brilha o sol no seu corpo envenenado
Pois desde sempre soube que aquele seu papo era furado
Falou, falou e falou, no final era só barboseio
Tive que esconder a fita e te mandar pro fundo do mar por inteiro.

domingo, 26 de junho de 2011

The new time

Um colarinho feito de pequenas emoções
Prediletas e carnívoras sensações
Visões futuras do momento em que a hora certa irá chegar
Olhos precisos e carregados de comodidade a te embalar

Como podes assim ser
Esse meigo e astucioso pertinente a parecer
Parecer obstáculo irrevogável de minha mente
Oportuno subjugado de um veneno inconsequente

Eis que tu olhas pro lado e vês uma ruiva
“-  Por que diabos escolhi esta?
Uma e outra, uma e, antes da outra, apenas esta”

Eis um mistério a desvendar
Aquele paralelo de ver os olhos olhando no olhar
Olhos que sugam, mente que acaricia
Um semblante fascinante de um doutor na melodia

Jovem esbelto que vem a me guiar
Essa tua postura que me faz desviar
Desvio do passado, para este momento apetitoso surpreender
Em torno de um nós sem haver nem mesmo um eu e um você.

E então, eu serei a sua rainha

Traga-me os beijos, aqueles que me repreendem,
traga-me as mãos, aquelas que me afagam,
traga-me os pés, o semblante deste corpo doentio que arde em meus olhos,
estes que latejam por ti.
Venha por-se em pé em minha frente, e damejar em mim.
Pele clara, olhos arregalados e sombrios, estes que escondem o mais sórdido e impetuoso desejo.
Junta-se a mim, esconda-se em meu corpo cálido, sagaz,
para que a noite seja infinita, com este fogo fictício criado por mentes sóbrias, mentes poluídas, mentes fortes de sedução.
Minha face, minha boca, meus olhos, minhas mãos clamam por ti, necessitam teu cheiro, teu toque, tua pele,
venha e derrama-me seu suor, seu odor de paixão, tesão, tentação,
venha pois essa noite há de passar, e amanhã nada será igual,
venha que estou a lhe querer, a lhe chamar, a lhe desejar.
Ouça meus gritos, veja meus gestos, sinta meu cheiro, corra,
abraça-me, ama-me esta noite, esta hora, este momento, pois é este que te peço, é este que brota de meu âmago com o mais doloroso pensamento.
Excita-me, excito-te, envolva-me, envolvo-te,
vem, e então, eu serei a sua rainha.

All my desire

Quem precisa de uma fonte de desejo, quando se tem o pecado consumado na pele humana? Eis que o olfato e a visão procuram a longo prazo pelo prazer, pelo odor, pela beleza, mas é o toque que demonstra o quanto isso é puro. Vejo através da iris que o que se é omitido, se é mais gostoso, se é mais saboroso. Se te vejo como omissão, o pecado consumir-me-á sob a fúria do desejo que sinto, que nego, renego. Sinto e gosto, sinto e gozo. Empolgo-me, volto-me a ti, a teu ego que me sacia, teu horizonte que me guia, teu sufoco que me acalma, tua calma que me sufoca. Onde esteves? Por onde andastes? Com teus passos curtos e velozes, venha seguir-me neste encantamento tonto onde tu és o mocinho e eu a vilã.

Doces palavras, amargo mundo

Palavras sortidas, corroedoras de nossa fértil mente, a mesma que pode ser manipulada facilmente com um doce sorriso, palavras que nos soam amigáveis, onde nossos ouvidos abrigam-nas num espaço de nossa cabeça, armazenando-as ali, no mais precioso vão encontrado.  Palavras serenamente fortes que, ao nosso encontro, arrebata-nos o coração, transformando-o numa imagem irreversível de um vilão. Um vilão cujo dom é aprender a absorver o segredo das outras pessoas, descobrindo cada maneira mais adocicada de se manipular. Uma chantagem que regressa, que vai além dos limites, mas ainda aceitável. São as mais belas palavras unidas em uma frase, em uma mente sagrada, contagiosa, que nos faz a diferença. Criamos rupturas doentias em nosso cérebro, relembramos de momentos infiéis de nós mesmos para com os outros. E, numa história, onde há sempre um vilão e um mocinho, no final todos nós somos monstros assombrosos de nós mesmos. Nós somos pesadelo sobre o passado, o presente e o futuro. Transformamo-nos naquele imenso vão onde guardamos todas as belas palavras vivenciadas em nosso dia a dia. O vão corrupto, cujo destino foi nos manipular, nos manter em segredo profundo de nós mesmos, e nos enganar. Ingrato é  o mundo, mas ingênuos somos nós, nossa alma, nosso corpo escandaloso, pois esse conjunto faz com que confiemos num mundo tão infiel. Um mundo onde corpos e mentes formam muito mais do que um conjunto de terra, água, fogo e ar. Somos nós os donos dessa imensidão pecaminosa, essa imensidão brilhante, que nos derrete o olhar de ódio, nos faz sangrar por dentro. Essa é a era da verdade e consequência. Quem não conta a verdade, sofre a consequência, ou será que é o contrário?