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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Sem tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em lugares onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte... Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou "as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos". Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012


Lembro-me do cigarro entre os dedos dela. Aqueles dedos pequenos e delicados trazendo e levando o fumo até a boca. E então ela puxava, tragava e soltava. Essas simplicidades poderiam ter poupado minha mente, poderiam sim ter passado despercebidas. Assim, minhas lembranças no momento, seriam outras. E não digo “outras”, pensando na forma sensual quando ela empina aquela bunda ao dormirmos de conchinha, e nem no som que sai da boca dela quando está sentindo aqueles milhões de coisas. Claro que me recordo. Lembro-me de cada detalhe e poderia ficar delirando de tesão só em lembrar. Mas isso não é tudo. O tudo é mais complexo que uma pegada, ou, uma boa pegada. É a forma com que ela caminha, a forma com que ela sorri, a forma com que ela coloca a roupa. Sei que é estranho me pegar assim, nesse exato momento, na situação em que me encontro, pensando nessas coisinhas. Parece paixonite aguda de primário. Mas não. Nem ao menos sei o que é isso. Pode ser bobeira, perda de tempo, ou pode ser um prêmio melhor do que quando a mega sena acumula nos 100 milhões. Vamos ver. Não estou pensando em nada relacionado a sentimentalismo. Estou fora de alcance, penso eu. Apesar que não seria má idéia. Gostar, não gostar. Apegar, não apegar. Tanto faz. O negócio é curtir enquanto está bom. A confiança está fora de rota, por enquanto. Uma coisa boa é me ver pensando em alguém assim, dessa forma. O lado ruim dessa coisa boa, é que não sei qual o sentido disso tudo. Às vezes é ótimo, às vezes razoável, e às vezes... é só às vezes. Não to afim de pensar em futuro. Não quero. Não to afim de te broxar, depois de uma longa noite de amor, com comentários estúpidos “na virada do ano quero que passe comigo assistindo os fogos de NY, eu banco tudo, só quero que me acompanhe”. Já digo que não seria má idéia. Mas tem muito chão pra rolar. Se estou aqui, no dia dois de agosto, posso lhe informar que não sei absolutamente nada sobre onde estarei daqui uma semana. Posso desistir de tudo, pular fora do barco que acabei de entrar, nadar, quase me afogar, mas voltar pro lugar de onde saí. Você pode fazer exatamente o mesmo. Tanto faz, pode acontecer tantas coisas que não afirmo nada. Apenas curto. O momento é bom. Tenho ciúmes de você mas prefiro não comentar. É cedo. Ambas passamos por furacões que deixaram o nosso psicológico todo bagunçado. Sentir ciúmes me faz ficar mais bagunçada ainda. E quanto a esse tal de “é cedo”, não sei. Cedo, tarde, certo, errado, quem sabe? O tempo por acaso sabe o que é bom para nós? Deixar o tempo cuidar disso... Nós é quem devemos cuidar disso, e não o tempo. Mas que porra de pensamento. Cedo ou tarde, nós deveríamos criar um vínculo diferente para conversarmos. Aí me vem na cabeça a tal da frase “time doesn’t exist. Clocks exist”. O que você tem a dizer sobre isso? Não fala nada... Por favor.

sábado, 14 de julho de 2012

Sou essa. Sou isso.
Sou a sua dor, rancor, dúvida, angústia.
Sou a sua frieza, plenitude, tragédia.
Sou a sua mágoa, a fraqueza, o perdão.
Mas dentre ser e sentir, escolho o sentir. Já que sinto a dor, o rancor, a dúvida e a angústia percorrerem pelas minhas veias, chocarem-se em meus ossos. Fracos, frágeis, inquebráveis... não, quebráveis. Sinto a minha, a sua frieza perfurar minha pele e adentrar em meu corpo feito uma lâmina que rasga. Estou rasgada. Mas tenho o poder de me transformar. Recolho-me do chão, da névoa, da tempestade, da escuridão. Levanto minha cabeça, fecho os olhos, imagino qualquer coisa que me faça sair do meu estado natural. Tento preencher as cicatrizes da mágoa e da fraqueza com o perdão. Abro os olhos, avisto o teu véu da infidelidade bandida. Essa que nos trouxe até aqui. Eu sou e eu sinto. E sinto que estou perdida sozinha. Mas se me perdi sozinha, no meio de tanta tragédia, me encontrarei sozinha também...

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Eu guardei um pedaço do meu caminho para ti. Mas por enquanto, ando junto contigo, pelo teu.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Algo sobre nós


Estamos quites. Penso eu.

Foi exatamente aquele jeito entre delicadeza e agressividade que me prendeu. Mas, ao contrário do que você pensa, eu não me rendi. Continuo intacto aqui, observando-a entre um gole e outro de café. Aqueles passos firmes e certos a que ela usa em seu caminhar, faz aguçar ainda mais a minha vontade de segui-la. Ela sabe. Eu gosto de estar a alguns passos atrás daquele belo traseiro. Não por isso, não por ele. Mas claro, dá um up no visual.
Então ela solta o rabo de cavalo e balança a cabeça, fazendo a cabeleira toda esvoaçar contra o vento. Eu gosto. A minha vontade, toda vez que ela faz isso, é colocar minha mão sob aqueles fios lisos e macios, e puxá-los, fazendo com que ela dê passos para trás, deixando seu corpo colar contra o meu. Mas não. Deixo-a caminhar com mais pressa, mais vontade de fugir de mim.
Deixo-a, pois sei que uma hora ela cansa desse drama todo. Então ela para. Espera eu chegar ao lado dela. Não vira, não me olha, continua andando. Ela espera eu falar alguma coisa, mas não falo. Já disse que não sou de me render, e também não sou desse tipo de cara que larga as cartas na mesa, entregando o jogo. Sim, sou estúpido do meu jeito. Mas aquela cretina gosta.
Continuamos nessa caminhada sem rumo. Um ao lado do outro. Silêncio. De repente ela para. Paro junto, para não perder o costume de estar ao lado de uma mulher pela qual me fisgou. Olho nos olhos dela, já que sei que nesses momentos ela costuma se arrepiar. Triste, mas, mais uma vez, ela me pede para parar de fazer aquilo com ela. E o que diabos eu faço? Me pergunto. Aquela doida sabe que não faço nada além de caminhar ao seu lado ou atrás. Nunca tento passar na frente. Ela sabe tão bem quanto qualquer pessoa que nos enxerga por fora. Aquela grosseria toda de quando ela fica irritada que, consigo traz um monte de xingamentos, me deixa atordoado. Enfureço por alguns segundos, mas é coisa do momento. Aprendi que com essa garota eu preciso é manter a minha calma.
Sim, ela poderia ter sido mais uma das garotinhas de um dia da minha vida. Porra! Por que diabos não foi? Gosta de ser uma maluca sequelada pela qual insistiu em ficar na minha vida. E quando ela faz birra, não tem nenhum pingo de noção da tentação que sinto em tê-la nos meus braços, só para mim...
Então ela pede para que eu pare, para que eu a deixe livre. Mas como? Eu nunca tentei a prender de nada, nunca cogitei sobre colocar regras e limites em seu caminho. Aí ela comenta algo do tipo “se você quiser continuar andando pelo mesmo caminho que eu, pelo menos que segure minha mão, para não mais soltar”. Mas pra que isso? Se sabemos qual a situação entre nós, não vejo motivo nenhum em ter que escangalhar para o mundo todo aquilo.
Ela berra, grita, resmunga, me enche de tapas, xingamentos, diz que não me quer mais em sua vida se não for do jeito dela. Eu não falo absolutamente nada, pois de todas as coisas que ela fala, recuando-se de mim, ela nunca citou nenhuma delas olhando em meus olhos. Sei que está mentindo. Por isso fico. Justamente porque gosto, e porque sei que ela gosta também.
Um pouco sobre nós. Um caminho confuso. Dois estranhos, dois abusados que acabaram se apaixonando no meio de um acidente. E já que somos tudo isso e mais um pouco, tenho certeza de que nessa nossa historia estamos quites, sobre qualquer coisa.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Viva sua vida comigo, mas sem mim



Ele passa a mão em minhas costas como se nada tivesse acontecido. Coisa de momento. Esfrega meu cabelo naqueles dedos rebeldes, depois disso, passa-os sobre meu rosto. Não gosto. Ou gosto. Mas não gosto disso naquele tempo. Não é hora para aquilo. É hora para me despedir. Sim. Sentiu certo. Me despedir, seja com um gesto, com um abraço, com um aperto de mão. Seja com um adeus, sendo dito, ou sendo silenciado por um curto momento entre olhares. Não me olha assim, fico encabulada. Quando você dirige esse seu olhar devorador bem diante do meu, não me controlo, e sei, tenho certeza de que, nesse momento, o que mais preciso fazer é me controlar. Me pergunto: por que? Não sei. Não quero mais delongas pensando em respostas para perguntas que volta e meia surgem em minha cabeça. Só não quero mais complicar. Quero paz. Quero sossego. Quero meu mundo apenas para mim. Se bem que era bom quando dividíamos tudo. Mas não. Quero ser egoísta uma vez na vida e guardar as trufas de nozes apenas para mim. Ouvir minhas músicas e decifrá-las como músicas de minha essência, e não de alguma coisa que, sabe sei lá, me faz lembrar de você. Volta e meia lembrarei. Claro. Mas agora não. Peço que pare de tentar me puxar para seu lado. Pare de querer me guiar para seu caminho, ele não me pertence mais, e já me dei conta disso faz tempo. Viva sua vida comigo, mas sem mim. Sem me necessitar, sem precisar passar a mão em minhas costas, encostar seus lábios carnudos nos meus, pedir para que eu tire toda a roupa antes de dormir, pois sentir meu corpo no seu é mais saboroso, gostoso. Você já não precisa mais disso tudo, não vindo de mim. Portanto aceite, respeite. Coloque sua mão no bolso. Feche seus olhos, sinta a brisa em seu rosto, conte até dez. Já que dez são os motivos em que continuo te amando, mas existem duas vezes mais motivos para que minha escolha seja essa, sair com um adeus qualquer, entre essa contagem, entre um ou outro piscar, para que eu não me perca bem no meio do seu olhar, mais uma vez.