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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Amor. Ex-amor. Desamor

Um traço que contorna um ex-traço
Quebradiça é a muralha do peito
Contra o tempo, exuberante o momento desavém o estilhaço
Entrando em contato com o vendaval coercível do defeito.

Defeituosa entranha de um corpo doente
Cessa pensamento, evapora sensações, eletriza o desapego
Fundir-se-á, de teu âmago, a voz permanente
Dizendo não ao presente, ao vislumbrar o momento do aconchego.

Conheço imperfeitamente, vejo indistintamente
Percorro o trovão do verso mais feroz
Não o encontro, logo, enlouqueço num fugaz meio tempo intermitente
Volto e vejo, volto e mal vejo, esqueci o tom da tua voz.

Podia mesmo ser verdade, mas não ensurdeço
Peço um abrigo, gentilmente inapropriado
Voz da imaginação, da qual tu devias partir sem o pedaço
De meu ser que, em tua mão, ficou desnorteado.

domingo, 20 de novembro de 2011

Quando a dor bate na porta

Meu céu chora cinzas, meu luto é pelo meu próprio coração que morreu, sem que parasse de bater. Mais uma vez despedacei-me cruelmente e nem me arrependo de nada. Pois o primeiro beijo não consigo lembrar, nem tampouco o primeiro abraço. Mas continuo despedaçada, e você continua sorrindo, rindo da minha cara. Se existia partes em mim que você usava, além do meu coração, salvei-as. O que não consegui salvar foi esse pobre, miserável. Estou quebrada, não em 300 pedaços, portanto ainda consigo ficar de pé sem precisar me apoiar em alguém. O farei sem medo. Serei forte. Adeus mundo. Olá mundo.
E sobre mim desce uma culpa terrivelmente arrepiante por não conseguir admitir que coisas boas possam acontecer. É aquele pensamento insano de sempre “é muito bom para ser verdade”, mas a obviedade é insuperável. Nada que é tão fácil e lindo é tão fácil e lindo quanto parece. As conseqüências aparecem por entre as frestas da vida e, logo, enlouqueço. Estou louca, cada vez piro mais, cada vez enlouqueço mais. É um mar de sentimentos, um vendaval de sensações, uma chuva ácida de emoções e culpas. Não deveria ter me deixado levar. Mas, como pareço ser e sou, a fraqueza de meus ossos se espalham pelo organismo todo, invadem o coração e logo dominam o cérebro. Por que diabos não consigo mais pensar? Quanto mais penso, menos razão dou a minha razão, tudo equivale a um monstruoso globo infectante que me envolve. Deixo-me envolver, pois é até gostoso. Não que eu passe a vida toda negando, mas deveria eu, negar a voz do coração? E se estou cansada de quebrar a cara por vezes? Nós humanos somos tão burros a ponto de deixar a dor nos derrubar tantas vezes assim?
Olhando por outro ângulo, sentir essa dor até vale a pena. Mas e quanto à confiança, acredito eu, que não devemos em momento algum confiar no elo de confiança que se formou entre dois corações. Um é sempre mais frágil, um é sempre mais ferido, um é sempre mais malicioso. Bem... Se nascemos para nos ferrarmos e vivemos para superar isso, então não será agora a hora da covardia, em que penso no meu futuro de dores e lágrimas. Não partirá de mim, novamente, guardar todo o rancor para que um dia eu deposite em alguém ou em mim mesma. Chorarei o quanto for preciso, mas também lutarei, agarrarei e não libertarei nenhuma oportunidade que me surgir à frente, queira ou não minha razão ter voz e vida no meio disso, não pensarei mais, apenas agirei. Se for para cair e quebrar a cara, pelo menos a escolha que fiz até aqui, me guiou significativamente. E não viverei dia após dia com a culpa de ser covarde por fugir de todos os problemas a que eu mesma me coloquei.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Eu queria...


Eu queria que o real fosse sincero, e não um recheio de traições por trás de olhares oblíquos. Eu queria aprender a acreditar que em algum coração, exista minha imagem gravada, queria ouvir de pessoas suaves que sim, eu tenho algum valor, queria que uma dessas pessoas fosse você, e você sabe que estou falando de você. Eu queria que por um momento, pode até ser único se não gostar, do contrário, pode haver outros momentos, você faça parar seu mundo, seus pensamentos, e foque-se apenas naquilo que está lhe fazendo bem, e que possa lhe oferecer  algo superior no seu futuro. Se eu não for uma dessas coisas boas, se o problema está em meu péssimo humor, em minha auto-estima baixa, em minhas crises de ciúmes, em meu vício em cigarro e etc., então me tire da sua vida nesse exato momento. Mas diga isso apenas olhando em meus olhos. Entretanto, se eu for uma dessas coisas boas, dê-me uma chance. Dê-se a sua chance também. Compartilhe mais. Mas eu não quero entrar na sua vida para domá-la, quero fazer a nossa nova vida e, para uma nova vida, precisamos unir as nossas, precisamos participar mais um do outro, precisamos compartilhar mais cafés da manhã, risadas, seriedade...
Eu queria que você estivesse lendo isso com prazer. Mas queria mesmo, era não precisar ter que dizer que escrevi para você. Queria que você se orgulhasse de alguma coisa em mim, por pior que seja, apenas para eu me sentir melhor por alguns instantes. Queria também que você soubesse o quanto amo todas essas palavras, mas que soubesse também que doeu profundamente em mim – algo que eu nunca mais esquecerei, provavelmente – me deixou um buraco fundo na alma para a vida toda, foi quando ouvi de você “ah, não gosto muito, não é o tipo de coisa que eu curto ler”. Eu não vou lhe obrigar a ler o resto, mas se por um momento você sentiu vontade de ficar lendo esse monte de abobrinha, sabe o quão chateada estou por querer várias coisas que não posso ter. Por exemplo: Queria um cheiro mais suave e de maior quantidade de sinceridade que passa por entre nós. Não que eu não te ache sincero. Eu só não consigo entender, não consigo absorver e absolver muitas das coisas que você me diz, ou que deixa de dizer. E lágrimas escorrem de meus olhos em lembrar de momentos em que jamais serão apagados de minha mente. Carícias – várias – uma mais delicada que a outro. Beijos, só não lembro do primeiro. O momento nosso na praia, o momento nosso na praça, o momento nosso no mercado, o momento nosso na fila do cachorro quente, os vários momentos nossos por entre as curvas dos sorrisos, risos e lágrimas.
Curvas grotescas que, às vezes me derrubam e não me deixam levantar. Que por vezes não consegui dormir, pelos vários pensamentos ridículos de minha mente. Tombos em que eu gostaria que você tivesse me ajudado, mas de todos eles, você não estava presente em quase nenhum. Não estava ali para me oferecer um abraço, pois claro “existem coisas mais importantes para você se preocupar, do que crises de adolescentes”.  Mas nem sempre é assim, ou, segundo a frase “procures me amar quando menos mereço, pois é quando mais preciso”, e sim, eu precisarei disso. Não queira que tudo esteja sempre explícito. Leia as entrelinhas, são as que nos movem.
Se eu estou aqui escrevendo algo, é porque, por via das dúvidas, estou tentando me acalmar. E sim, amor, estou fumando, estou atordoada, estou pensativa e estou enjoada de muita coisa. E estou querendo um abraço seu, mas você está tocando, você preferiu ir sem mim, e eu fiquei sentida. Estou assim porque fiquei sentida, estou escrevendo isso porque estou sentida.
E para tentar acabar com todas essas palavras fora de ordem, em meu coração gelado existe muito sentimento por você, não duvide. Se perdi meu tempo escrevendo algo para você, perderei muito mais, apesar de que você não gosta de ler e jamais lerá. Se você leu até aqui, que bom, fico feliz.
Bem, não digo mais nada, só que continuo aborrecida. Se você chegasse aqui agora, iria ficar de mimimi, provavelmente. Minhas mãos estão pesadas, elas iriam adorar te dar uns tapas para aliviar o estresse. Você sabe. Mas nada melhor do que... sei lá, enfim, esquece, zoei até agora, só escrevi merda, e na real já nem sei mais escrever. Perdeu seu tempo se leu até aqui.

Eu queria um beijo.

É isso.

Eu queria um abraço também, e queria um chamego, uma massagem, uma rosa, uma passagem pra Disney, uma bomba...


Mas tudo isso eu queria... O que eu ainda quero é você, apesar disso tudo. O amor é louco e nos deixa loucos e doentes. Tenho sérios problemas mentais, meus neurônios só sabem me atrasar, e sim, te darei uns tapas e terei uma conversa séria contigo.

Eu te amo.