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Sou essa. Sou isso.
Sou a sua dor, rancor, dúvida, angústia.
Sou a sua frieza, plenitude, tragédia.
Sou a sua mágoa, a fraqueza, o perdão.
Mas dentre ser e sentir, escolho o sentir. Já que sinto a dor, o
rancor, a dúvida e a angústia percorrerem pelas minhas veias,
chocarem-se em meus ossos. Fracos, frágeis, inquebráveis... não,
quebráveis. Sinto a minha, a sua frieza perfurar minha pele e adentrar
em meu corpo feito uma lâmina que rasga. Estou rasgada. Mas tenho o
poder de me transformar. Recolho-me do chão, da névoa, da tempestade, da
escuridão. Levanto minha cabeça, fecho os olhos, imagino qualquer coisa
que me faça sair do meu estado natural. Tento preencher as cicatrizes
da mágoa e da fraqueza com o perdão. Abro os olhos, avisto o teu véu da
infidelidade bandida. Essa que nos trouxe até aqui. Eu sou e eu sinto. E
sinto que estou perdida sozinha. Mas se me perdi sozinha, no meio de
tanta tragédia, me encontrarei sozinha também...