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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Desejo

Ele a quer apenas para ele. Ela o quer apenas para ela. Dois atrevidos. Dois grossos. Ambos não se entendem. Porém, ambos se amam. De qualquer forma, depois dos gritos, dos choros, dos tapas, das reclamações de como um peca com o outro, surgem os beijos. Os abraços. Os amassos. Eles não querem algo sério. Mas querem ser exclusivos. As amigas dele odeiam-na. Os amigos dela odeiam-no. Ninguém liga. Pra que ligar? Apesar disso e daquilo, o que mais eles desejam são as provocações, para, depois delas, um cair nos braços do outro.

Querer não é poder. Nessa história ninguém pertence a ninguém.

Depois da exclusividade de ambos, numa noite qualquer. Aparecem várias. Vários. Todos eles são desejáveis, são comíveis. Mas depois disso, tornam-se enjoativos, cansativos. Foram úteis naquele meio tempo de meia hora, uma hora, duas horas no máximo. A cabeça volta no lugar, e ambos continuam a pensar um no outro.

Dois ordinários. Não assumem. Fingem que não ligam para nada. Mas no final, ela é o refúgio dele, e ele a proteção dela. Eles são felizes assim. Nesse vai e vem. Nesse (des)amor. O que eles não conseguem entender e suportar, é que ambos completam-se, e mais do que nunca, tornam-se precisados um pelo outro.


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