And I know you feel it too. I know you love me to an extent, but will you ever love me like I love you?
Are these kisses just a fond memory that’ll fade and our time together just a phase?
Why am I so sure of you while you just see me as temporary right now?
I’m scared. I can’t even offer you my heart, you already have it.
You’ll either love me with all of your heart or not.
I’m not digging these odds. Not one bit.
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sábado, 4 de fevereiro de 2012
Nostalgia
Eu ainda estou aqui, no mesmo lugar de antes, com os mesmos cigarros, com o mesmo cheiro, com o mesmo sabor. Bem aqui onde você me deixou da última vez. Onde costumávamos nos encontrar entre um gole e outro de café. Confesso que minhas mãos tremiam e suavam quando meu olhar penetrava no teu. Era gostoso. Nem mesmo eu e nem mesmo você tivemos piedade de metralharmos um ao outro. E nos completamos por alguns momentos assim. Com uma arma apontada entre os beijos. Pois saiba que continuo aqui. Continuo intacta. Continuo forte. Mais forte do que nunca. Mas minhas mãos tremem, e eu gostaria que você chegasse e fizesse-as parar de tremer.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Fica aí
Se dessa vez for amor, eu juro, não vou deixar o melhor pro fim. Então, ficaí. Sentado, com os braços cruzados, sem falar nada muito diferente ou contar sobre algum plano futuro. Só ficaí. Pode ser com aquela cara de brabo que inexplicavelmente me deixa com um puta tesão desgraçado. Ficaí sem pensar em nada, em ninguém, sem lembrar da infância na praia ou alguma ex-namorada ainda obcecadamente nostálgica pela sua cara de brabo.
Ficaí no meu sofá, bufando mais um pouco, dando oxigênio pra minha esperança. Ficaí e me pede qualquer coisa, água, meus pés pra caminhar, mais um pacote de doritos, um strip-tease, em casamento. Não dê conselhos. Não tenha recordações. Não queira ir em festas. Não assista futebol. Não pergunte as horas. Não crie teorias a respeito de nós. Não lembre do seu afilhado. Não pense sobre onde está indo isso. Não ligue pra sua mãe. Não fale dos seus medos. Não ame mais ninguém.
Ficaí no meu sofá, bufando mais um pouco, dando oxigênio pra minha esperança. Ficaí e me pede qualquer coisa, água, meus pés pra caminhar, mais um pacote de doritos, um strip-tease, em casamento. Não dê conselhos. Não tenha recordações. Não queira ir em festas. Não assista futebol. Não pergunte as horas. Não crie teorias a respeito de nós. Não lembre do seu afilhado. Não pense sobre onde está indo isso. Não ligue pra sua mãe. Não fale dos seus medos. Não ame mais ninguém.
Ficaí, só ficaí, estacado, eternizado, cristalizado, como num coma induzido, talvez a única coisa capaz de te fazer diferente de todos aqueles outros homens da minha vida que faleceram e me deixaram enterrada em seus lugares.
Não sinta fome de nada, além de mim. Confia em mim, sem comida você dura vinte dias. Ficaí. Sem beber, você demora uns quatro dias pra morrer. Relaxa, ficaí, porque sem amar você pode durar a vida inteira sem ter valido a pena. Ficaí enquanto vejo uma maneira de não jogar pela janela todo tipo de amor que vem até mim tão fácil. Porque apesar da sua cara de brabo, você é tão fácil, tão leve, tão solto, tão tudo que eu sempre quis quando me agrarra pelo braço, me pega pelos quadris, mastiga todo meu corpo e cospe fora somente minhas mentiras, carências e toxinas.
Não quero usar aquelas frases de diário de colégio e dizer que o tiver de ser, será. Mas se tem uma coisa que não desejo de jeito algum é que um determinado dia, você demore um pouco e enrole antes de dizer que cansou de tudo, do meu sofá, do meu frango com gengibre, do meu jeito de não ficar satisfeita quando fico satisfeita, da permanência das minhas mudanças e diz que já vai indo, alimentando meu asco por últimos olhares em portas de elevador.
Da cozinha eu te vejo sério e minha bronquite já se manifesta contrária à ausência do hálito do seu papo calmo, curioso e um pouco engraçado, então fico pensando no que mais posso te oferecer pra você ficar aí. Burra, eu devia ter lotado meus armários antes de entregar mais uma vez minha dolorosa vontade de ser dois. Procuro um jeito de te manter descontraído morrendo de pânico que você só esteja distraído, misturando ausência com um tanto de curiosidade.
Parece exagero, mas é que você, poxa vida, só você conseguiu pular o muro de dificuldades que levantei em volta de mim quando as palavras dor, saudade, ausência, falta e despedida fizeram de mim uma menina de lata. Você e seus cabelos escuros e sempre meio ensebados de vir da rua, seu abraço com cheiro de confiança e seus sorrisos nada comerciais. Eu, menina com os pés no chão e sem teto, acabei de decidir que vou levar um choque térmico, atravessando bruscamente pro lado quente da calçada. Conto contigo. Então, ficaí.
Gabito Nunes.
terça-feira, 31 de janeiro de 2012
Coisa de Momento
Confesso que a música romântica me fez tirar a roupa mais facilmente, mesmo eu não sendo de pensar muito antes de fazer isso. As coisas que ficam fora do lugar dentro de mim, sou eu mesma quem bagunço. Você, eu deixo bagunçar somente os cabelos e minhas quinquilharias femininas no bidê, pra deixar registrada uma marca, uma música, um beijo e umas recomendações.
Era o trato. Não sou de meio-amores que machucam por inteiro, acho essa coisa de paixão uma monstruosidade. Esse afeto sem razão que cultivamos por alguém quase desconhecido é uma espécie de suicídio passional que dá anos de cadeia. Não gostaria de ser como aquela gente que arrasta corrente por tempo. E não sou morta por dentro, acontece que meu colorido só dura 24 horas, tal uma borboleta. Sou isso, uma espécie de heroína lepidóptera nascida pra inibir crimes passionais. Mas só à noite, o resto do tempo sou uma lagarta gosmenta.
As pessoas que se apaixonam tendem a olhar-se mais no espelho, sem enxergar sua patética e debilitante condição. Quando a coisa acontece mútua, vá lá, diversão garantida por um tempo biologicamente determinado. As rejeitadas são o brabo. Subvertem-se psicóticas, caninas, manipuladoras, chantagistas, insanas, mendigas, agonizantes, verdadeiros cães de rua que aceitam um dono qualquer, suspeitos de crimes cheios de rastros.
Se alguém já chegou lá, por gentileza, me diga se vale a pena tanto andar. Do contrário, continuarei julgando essa coisa de amor uma longa estrada de chão calorenta até uma paradisíaca praia, que leva tanto tanto tanto tempo até você alcançá-la. E quando você chega sedento por um mergulho, fez-se a noite, o mar fica revolto e gelado e suscetível e perigoso e descontrolado. Não me espanta a vida como é ela é, me incomoda a vida como ela deixa de ser, às vezes. Simples, prática, funcional, indolor. Mas são apenas convicções.
Agora essa melancolia, essa saudade, essa tristeza, essa nostalgia, não sei o nome, seja lá o que você quiser. O jeito engraçado de andar com aquelas roupas, mesmo eu não concordando com aquela sua camiseta vermelha, seus dedos encardidos de cigarro, sua risada às vezes meio crueis, as coisas que você diz por empolgação, completamente nu. Mesmo eu não concordando com nada de bom das coisas que já consigo enxergar em você. Você não sabe, mas meu superpoder é inventar homens na minha cabeça.
Acha mesmo que vou sair na rua só pra comprar o jornal do dia e consultar sua intenção de me ligar no horóscopo?O interessado não dá desculpas, dá um jeito. Quando essa hora chegar, o dia já se foi, meu signo já aconselhou a agulha do meu disco trocar de música: dorme e acorda amanhã, num novo dia. Faz de conta que é otimista ou que esse amor não significava nada. Se a maioria acha triste a sensação de estar esquecendo uma feição, pra mim é um alívio discordar.
Como não sei se verei seu rosto de novo, aquele papelzinho seu rabiscado no meu bidê, recomendando uma música pra ouvir, joguei no lixo antes de memorizar. Não me dou o direito de mergulhar assim tão fundo num admirável mundo que não me pertence. Mas se acaso você me procurar, não sei, pode ser, quem sabe passa hoje aqui pra devolver as coisas que são minhas - meus momentos bons.
Era o trato. Não sou de meio-amores que machucam por inteiro, acho essa coisa de paixão uma monstruosidade. Esse afeto sem razão que cultivamos por alguém quase desconhecido é uma espécie de suicídio passional que dá anos de cadeia. Não gostaria de ser como aquela gente que arrasta corrente por tempo. E não sou morta por dentro, acontece que meu colorido só dura 24 horas, tal uma borboleta. Sou isso, uma espécie de heroína lepidóptera nascida pra inibir crimes passionais. Mas só à noite, o resto do tempo sou uma lagarta gosmenta.
As pessoas que se apaixonam tendem a olhar-se mais no espelho, sem enxergar sua patética e debilitante condição. Quando a coisa acontece mútua, vá lá, diversão garantida por um tempo biologicamente determinado. As rejeitadas são o brabo. Subvertem-se psicóticas, caninas, manipuladoras, chantagistas, insanas, mendigas, agonizantes, verdadeiros cães de rua que aceitam um dono qualquer, suspeitos de crimes cheios de rastros.
Se alguém já chegou lá, por gentileza, me diga se vale a pena tanto andar. Do contrário, continuarei julgando essa coisa de amor uma longa estrada de chão calorenta até uma paradisíaca praia, que leva tanto tanto tanto tempo até você alcançá-la. E quando você chega sedento por um mergulho, fez-se a noite, o mar fica revolto e gelado e suscetível e perigoso e descontrolado. Não me espanta a vida como é ela é, me incomoda a vida como ela deixa de ser, às vezes. Simples, prática, funcional, indolor. Mas são apenas convicções.
Agora essa melancolia, essa saudade, essa tristeza, essa nostalgia, não sei o nome, seja lá o que você quiser. O jeito engraçado de andar com aquelas roupas, mesmo eu não concordando com aquela sua camiseta vermelha, seus dedos encardidos de cigarro, sua risada às vezes meio crueis, as coisas que você diz por empolgação, completamente nu. Mesmo eu não concordando com nada de bom das coisas que já consigo enxergar em você. Você não sabe, mas meu superpoder é inventar homens na minha cabeça.
Acha mesmo que vou sair na rua só pra comprar o jornal do dia e consultar sua intenção de me ligar no horóscopo?
Como não sei se verei seu rosto de novo, aquele papelzinho seu rabiscado no meu bidê, recomendando uma música pra ouvir, joguei no lixo antes de memorizar. Não me dou o direito de mergulhar assim tão fundo num admirável mundo que não me pertence. Mas se acaso você me procurar, não sei, pode ser, quem sabe passa hoje aqui pra devolver as coisas que são minhas - meus momentos bons.
Gabito Nunes.
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
Por que diabos complicar?
Eu sei que se eu perguntar, as respostas sairão mais vazias, mais confusas. Por isso desisti de perguntar. Mas também não vou mais fingir que me importo com algo desse tamanho. Nós dois sabemos que somos dois filhos da puta miseráveis. E não fazemos nada para esconder. Tudo bem. Concordo em dizer que me precipitei tentando invadir seu espaço, mas querido, essa precipitação não falhou. Não responda. Porém, ambos sabemos que eu consegui fazer isso sem tantas delongas. Agora, eu e você estamos caminhando lado a lado, numa linha torta e, nas encruzilhadas, acabamos nos perdendo. E por esse motivo, quando um não volta para buscar o outro, não funciona direito. Não tem como funcionar. Você não sustentaria esse seu corpo por muito tempo, sem as gargalhadas que apenas eu consigo arrancar de você. Confesso, eu também não.
Você se abala, mesmo sendo cretino e fazendo pose de durão. Eu te abalo. Mas me diga, o que quer que eu faça? Não, não responda. Sei que uma parte de você quer me ver longe, porque claro, antes de eu aparecer na sua vida, tudo corria tão bem. Você não precisava sorrir para encantar garotinhas. Era só dizer “quero te comer”, que tudo funcionava nos conformes. Depois que eu apareci, seu psicológico e sua vida sexual com todas as outras, tornou-se uma confusão. Culpa minha. E por esses motivos, uma parte de você me quer longe, justamente porque a outra parte me quer tão perto, que me devoraria com um só olhar. Nós dois sabemos. Estamos nos entregando numa espécie de paixão.
Por que diabos complicar? Não responda, novamente. Porque nada é fácil. Nada pode ser tão fácil. As coisas fáceis tornam-se enjoativas. Desgastam-se cedo demais. O que eu quero é complicar. É ter dores de cabeça, borrar maquiagens com lágrimas, ver você se torturando em se obrigar a ficar ao lado de outra garota que não seja eu. Tudo porque, nós sabemos, estamos errados e certos demais no mesmo tempo. Nos queremos perto e nos queremos longe. Mas, querido, assim como sabemos de várias coisas, uma delas é: não conseguiríamos ficar tão longe assim. Sempre existirá uma música que nos fará lembrar de quando nos pegávamos com raiva, com amor. Sempre existirá uma cena de um filme em nossa cabeça, que transformará nossa essência e nos voltar a lembrar um do outro. Sempre que estivermos com alguma pessoa diferente, voltaremos a pensar em nós: “Filho da puta, ele foi o único que conseguiu, até hoje, falar a minha língua”. Então, pergunto novamente, mas não responda, apenas pense, e se achar uma saída, FAÇA sem dizer uma palavra: Por que diabos complicar, se nosso lugar é um ao lado do outro?
Desejo
Ele a quer apenas para ele. Ela o quer apenas para ela. Dois atrevidos. Dois grossos. Ambos não se entendem. Porém, ambos se amam. De qualquer forma, depois dos gritos, dos choros, dos tapas, das reclamações de como um peca com o outro, surgem os beijos. Os abraços. Os amassos. Eles não querem algo sério. Mas querem ser exclusivos. As amigas dele odeiam-na. Os amigos dela odeiam-no. Ninguém liga. Pra que ligar? Apesar disso e daquilo, o que mais eles desejam são as provocações, para, depois delas, um cair nos braços do outro.
Querer não é poder. Nessa história ninguém pertence a ninguém.
Depois da exclusividade de ambos, numa noite qualquer. Aparecem várias. Vários. Todos eles são desejáveis, são comíveis. Mas depois disso, tornam-se enjoativos, cansativos. Foram úteis naquele meio tempo de meia hora, uma hora, duas horas no máximo. A cabeça volta no lugar, e ambos continuam a pensar um no outro.
